Capítulo 30 - SUSTO
O susto que trazia o carteiro na cara ao transportar a correspondência até às minhas mãos, meu deus! Disse-lhe em voz tremida "se é desgraça, chô! deixe no caixote do lixo."
Olhou-me e vasculhou-me com aquele olhar de olho castanho cor de chocolate. Aquela troca de olhares em quando passava a bomba para as minhas mãos, aquela troca de ideias visuais, que é como quem fala de olho para olho, fez com que agora em cada cruzamento nosso só se movimentem os lábios. Em forma de cumprimento, sorrimos um para o outro, até mesmo quando ele traz "bombas" ou sustos na correspondência. Sorrimos também, com o olhar.
Visualmente, conhecemos-nos.
Sem comentários:
Enviar um comentário