2013, quem foste tu, sabes dizer-me?
Eu começo então:
Foste um cabrão! Sim, um cabrão. Não soubeste medir o bom e o mau, não tiveste equilíbrio, os carris desalinharam-se e tu falhaste - como nunca antes o tinhas feito, note-se - mas enfim! Nem soubeste orientar as coisas boas em prol das coisas más, não soubeste depois de uma tempestade deixar entrar a bonança.
Que te posso dizer eu quando me tiraste as bases, os alicerces e deixaste-me com grandes suportes -que foi com esses que me aguentei - apenas?
Posso começar por relatar-te que logo no primeiro dia o ano me deixaste com o coração mais apertado que uma ervilha, fizeste dele grão de açúcar e conseguiste derretê-lo com grandes forças exteriores. É que nem os 18 anos, pelos quais tanto ansiava fizeram com que a dor amolecesse, pelo contrário.
De tantos percalços, de tantas artimanhas, tantos dilemas que me foste propondo, tantos
Tiraste-me uma pessoa sábia - a minha avó -, a pessoa que sabia tudo que as suas 94 primaveras lhe tiveram ensinado. Desmoronas-te grandes sonhos quando em ti depositámos confiança ao entrar no ano de um só pé mas com os dois assentes no chão. Tiraste-nos o chão que dele construímos sonhos e projetos. Foste-me retirando oportunidades e sentidos apurados. Em tempos, senti-me incapaz de puxar pelo afundado, fazer transparecer o encoberto, tanto como apreciar o visível. Foste capaz de tudo, foste cruel duma só vez - Isso é o que eu mais espero - pois porque depois de um ano terrível virá um ano excelente, disseram-me.
Se calhar aprendi das piores maneiras o que podia aprender com lições, aprendi a enfrentar os pequenos obstáculos com grandes reviravoltas , se calhar aprendi que não é na espera que está a perfeição, mas sim na abdicação e na perseverança do meu próprio eu.
O certo é que não paraste uma única vez, quiseste testar-me sempre mais, e o que me foi corroendo é que via essa tarefa a ser concluída
Não posso dizer que não tive coisas boas, porque tive-as. Tive os meus 18 anos com pessoas e surpresas fantásticas; tive o privilégio de preparar surpresas e aniversários; tive um namorado e hoje permanece como um grande amigo, se não o melhor; tive um casamento de um herói; tive muita diversão; tive uma festa aqui da cidade, que deixou marcas; as minhas grandes amigas fizeram anos; tive uma semana ótima com pessoas fantásticas; fui passar férias; fiquei, novamente, na escola, mas não sozinha. Entre todas estas coisas boas, fui atropelada por emoções fortes, fui puxada por correntes de tristeza e repuxada por dor e mágoas. Tive, neste ano, as melhores e as piores coisas do mundo.
Foste um ano cabrão, como já disse, e repito. Se puder pedir alguns desejos eu opto só por um, na esperança que ele se realize: traz saúde e boas pessoas para junto de mim.
Eu tinha que me despedir de ti, de vez. E tu, 2013, soluçando podes concluir: "fui um ano de viragem".
Bom, um bem haja para 2014!
Nem sempre o que vem a tempo é o melhor, daí o atraso do bem haja a 2014.
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