sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Do eu para mim

     Sou o que mostro ser e não escondo felicidade e vontade de arriscar. Sou amor e controlo o ódio em simultâneo. Sou vingativa possivelmente quando tocam nos pontos que ninguém tem o direito de tocar, no que de melhor tenho. Apresento-me como presença, confiança, segurança e perseverança.
     Arrisco-me a dizer que ninguém me conhece, neste momento. Não me sinto mal por isso, pelo contrário. Ninguém sabe no que penso nem como penso. Deixei de me dar a conhecer, novamente, como à tempos atrás. Sinto-me bem assim. Agora sinto-me bem. Se fiz da forma mais correcta, penso que sim, se devia fazer ou não já não cabe a ninguém fazer juízos de valor pois de alguma forma contribuíram para isso. Cresci mais depressa do que o que queria em relação à forma como via as pessoas e o que elas traziam na minha direção. Sou feliz agora, realizada e confiante de que fiz o certo. De que não falhei. De que me falharam. De que a minha postura tem que ser esta e não a que moldaram sobre mim. Nunca deixei nada por dizer. Na hora da verdade, quando tinham que me dirigir alguma palavra, essa faltava, a direção era toda menos para mim e a distância com que o faziam era tão longa que acabou por ser o desfecho que deu lugar ao esquecimento. Eu faço e não cobro. Só peço que reconheçam o esforço, a vontade e a confiança com que faço as coisas, de livre vontade e por amar. Amar no sentido mais puro da palavra. Sou capaz de ajudar qualquer pessoa. Mas tenho que sentir um rasto de amor, um rasto de carinho ou segurança para o fazer. Sou assim porque sou. Preciso de me sentir com bases para avançar. Sou assim porque é assim que me sinto bem. Sou assim porque gosto de me sentir assim.
     Sei o caminho que quero seguir. Não me assusta ter que o fazer sozinha. Sei que lá a frente, ao cortar a meta, vão estar os meus. Aqueles que não preciso de nomear para saberem que os levo comigo para todos os cantos do mundo. Gostava que soubessem, e provavelmente já o sabem, que quando viajo levo-os sempre comigo de modo que os imagino lá comigo, a adorar tal como eu todos os pormenores e detalhes da viagem. Pode parecer cliché mas as viagens, por mais que sós, nunca se fazem sozinhas. Vamos sempre acompanhados de boas energias, de motivação e de uma pancadinha nas costas de "não tenhas medo, arrisca!". Sei os efeitos que a pressão tem sobre mim. Suporto bem em dias que esteja virada para conquistar o mundo. Mas há aqueles dias, aqueles dias que não se quer, não se pensa nem se consegue estar sobre pressão, simplesmente. Há dias que a pressão contribui para o crescimento pessoal, e noutros para o decaimento do mesmo. Não sou de medos. Sou de coragem. Sou de avançar. E não de recuar. Não recuso o perdão a quem não me recusa a vontade de dar a volta. Não guardo rancores, mas guardo tudo o que me fazem, de bem e de mal. O de mal por vezes é tão pouco impactante que não penso com frequência, mas das coisas boas lembro-me aos pontapés. Rio-me de me lembrar. E sorrio também.  Sou feliz com lembranças. Mas sou ainda mais feliz com pessoas e motivos. Conheço e reconheço o que fazem por mim, da forma que o fazem e a vontade com que o fazem. As pessoas quando fazem com o coração transbordam confiança e eu gosto disso. Gosto da verdade no olhar e na presença segura. Sei quem sou e conheço-me como ninguém me vai conhecer. Hoje sinto-me novamente em processo de mudança, comigo, com as pessoas, com a vida. O importante disto tudo é a direção para a qual nos movemos, pouco interessa a situação em que estamos. Se queremos, vamos. Eu já estou a caminho. Gosto de mim, assim, como sou.

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