Deixa-me. Deixa-me apagar tudo. Deixa-me apagar a mente. Deixa-me ganhar uma amnésia saudável. Deixa-me esquecer tudo: deixa-me esquecer o teu nome, de onde és, como chegaste até a mim e como me conheceste. Deixa-me esquecer todos os pormenores. Deixa que eu esqueça da forma carinhosa como me manobravas. Deixa-me esquecer! Deixa-me esquecer quem és. Deixa-me navegar entre o desconhecido e a descoberta. Só não me deixes perder-te o rasto, não me deixes perder-te o cheiro ou a facilidade de te ver. Deixa-me esquecer! Deixa-me só perder-te a identidade, como que estivesses guardado numa compartimento ultra secreto. Deixa-me, mas não me deixes. Deixemos que os encontros se marquem, e não os reencontros. Deixemos que os contactos sejam físicos e reais e não fictícios. Deixemos que a descoberta, a curiosidade e o interesse se apodere de nós, mais uma vez. Deixemos! Deixemos que os braços se cruzem, as mãos se dêem e os lábios se toquem. Deixemos fluir. Deixemos acontecer. Deixemos conhecer-nos, um ao outro, de novo.
Isto podia até, ter sido uma carta para ti, mas não é nem vai ser, certamente.
1 comentário:
Compreendo bem
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