quinta-feira, 6 de março de 2014

conhecer VS falar

Falas com o silêncio. Falas com a ausência. Falas com o inquieto. Tu não falas, tu evitas isso e no entanto dizes tudo. No não falar repões tudo. As ideas (re)organizam-se e ficam claras entre pensamentos desnecessários e tempo perdido. Se calhar a mudança nem sempre tem um efeito bom nas pessoas, se calhar o distanciamento também não. Mas como não se trata de uma questão de ser, mas sim duma questão de teimosia -estúpida ela, desculpa - tu carregas as próprias consequências. Mas "Tu" ? Conheço-te de vista. Conheço-te pouco, ou devo dizer: ligeiramente, vagamente? Se calhar até não te conheço. Ou isso, ou sempre escondeste o que és. Mas tu falas-me, falas-me como que a cantar. Tu falas, eu anoto. Temos conversas diversas, extensas, mas no entanto parecem monólogos de ambas a parte, de mim para o papel e do papel para mim. Mas, então? Onde entras no meio disto tudo? Na falta de coragem, na falta de som, de audição, de tacto, de sensações, de presenças, de responsabilidade. Tu és a falta de tudo.

1 comentário:

Cláudia S. Reis disse...

É a falta de tudo no entanto consegue ser o preenchimento de todos os vazios.