segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
Eu vejo o tempo. Vejo-o passar: embacia janelas, quebra relações. Revejo-me nas lembranças. Adquiro características específicas. Não sou capaz de conjugar verbos no passado, arrepia-me a espinha. Quem autoriza tal facto condena-se automaticamente. As respectivas e repetidas interrogações cabe a cada um esmagá-las, desfazê-las. Riscamos páginas, digitámos memórias fotográficas. E, para quê? O nada apodera-se num intervalo de tempo. O que havia deixa de haver. O presente transforma-se em passado. O agora é o antes. Nós somos conhecidos, apenas. Se calhar o melhor de nós é o conhecimento que ainda nutrimos de um para o outro. Vou deixar que me conheças agora, enquanto exploras as minhas interrogações eu quebro as interjeições que nos separam.
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2 comentários:
Uau Inês...que lindo :)) gosto desta tua segurança e do que escreves*
"Eu vejo o tempo. Vejo-o passar: embacia janelas, quebra relações.", apaixonei-me pela tua escrita a desde o primeiro momento, vais-me, com toda a certeza, voltar a ver por aqui muitas mais vezes. Gostei mesmo muito.
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