Tira-me o teu sorriso do caminho que eu sinto necessidade de te atropelar com a minha dor. Eu já fui um espinho para ti enquanto eras a flor. E, apesar das silvas, dos muros e dos vales, não quis magoar-te. Não vou ser eu a contrariar as leis da física, o espinho não pode machucar a flor. Errei quando fiz a junção não só de dois corpos, mas também de duas almas, a minha e a tua numa só. Quando quis ver o sol e a lua juntos, mesmo sabendo que eles não podem viver perto um do outro. Afinal são como opostos, mas este não se atraem, repulsam-se. Em moldes vítreos vejo o meu reflexo como que embaciado, vejo uma nódoa a tapar a tua mágoa, dando a mostrar a minha, fria como pedra, e fraca como palha. A tonalidade varreu-se por entre a dor que ele mostrará nos olhos humedecidos de água. Na vida eu fui uma e uma só vez. Mas hoje, Hoje sou um espinho no seu amor.
1 comentário:
Todos os espinhos se arrancam, por muito que doa. Talvez depois de ser arrancado e da ferida sarar, o amor volte a arriscar ser picado.
Enviar um comentário