segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Um amor que vai existir

Quero o calor do teu corpo. Quero o sabor do momento. Quero o cheiro, o tacto, a visão e a audição, tudo de ti e para ti. Quero tudo. Posso pedir tudo? Quero o alguém que me fará feliz, quero o alguém que também eu, vou fazer feliz. As palavras tremem, o clima está tenso entre mim e o que falta para ser dito. Eu quero expulsar estas energias que bombeiam para falar de ti. De ti? De ti é vago, pois eu não sei quem és. Não sei agora, mas vou saber mais tarde. E mais tarde vou repetir a dose, talvez com mais intensidade. Talvez de outra forma. Não te vou chamar de alguém, mas de ti. Vou talvez sentir o calor do teu abraço e o teu cheiro a arrastar-se ou a aproximar-se de mim ou por mim. Vou querer o sufoco da despedida e a profunda ansiedade do reencontro. Vou confessar-te tudo que fiz, tudo que deixei de fazer. Vou partilhar contigo todas as armadilhas que a mim coloquei, vou sufocar-te de estratégias e de planos futuros. Não vou cometer os mesmos erros do passado. Não vou exagerar no amor. Vou medi-lo, nem que seja numa pipeta, e todos os dias acrescentar uma gota ao tudo de ensaio. Que as idas ao cinema não saiam de casa, e que os banhos turcos fiquem no calor do Inverno. Que tanto o frio como o calor nos acompanhe todos os dias, com as suas variantes, que nos acompanhe não só os meses, como os anos que passaremos juntos. Vou viajar contigo, até que vamos dar por nós e vamos continuar na varanda, de barriga para cima a apreciar o céu estrelado ou a noite de luar frio. Provavelmente, vou recordar estas palavras, contigo. Enrolados numa manta a vasculhar o passado de cada um. Mas não é uma busca de pistas ou de meros contactos, mas sim de pedaços do presente que nos vai constituir. Hoje não te amo, mas amar-te-ei, com tudo o que tiver para te amar. Será ou não eterno.

1 comentário:

Unknown disse...

owoh arrepiante mesmo, AMEI *_*