parte I -início da história

     A história começa numa pequena cidade, em pleno Verão.
     Leonor mora numa vivenda, os pais são da aldeia mas mudaram-se à bastante tempo para a cidade. Estes dão-lhe tudo que ela quer ou precisa.
     Leonor costuma fazer companhia à mãe, anda de loja em loja com ela ou então sozinha a fazer os recados propostos. Afonso e ela cruzaram-se já várias vezes, trocaram olhares e pouco mais do que isso, tanto que nem o nome um do outro sabiam. Um dia, Leonor vai ao café da cidade e cruza-se lá com Afonso, ambos ficam de uma forma inquieta, mas feliz, com a presença um do outro. As circunstâncias voltam a juntá-los várias vezes, bem mais do que o normal. Leonor discute com os pais por causa das notas, logo ao acordar,  aborrecida, acaba por sair de casa. Pouco arranjada, ainda sem qualquer tipo de humor, pegou de imediato no mp3 e pôs a reproduzir as músicas que habitualmente o faria. Leonor tropeça e esbarra-se contra Afonso. Ele  não hesita em prestar-lhe ajuda e atenção.
     -Estás bem? -pergunta-lhe Afonso, preocupado.
     -Sim sim, não te preocupes. -responde ela de forma mais apressada possível.
     - Eu sou o Afonso, e tu como te chamas? -curioso pergunta.
     -Porque queres saber?- e começa a andar rápido na direcção inversa à dele.
     Afonso não desiste e deixando-a ir mais à frente, acaba por ir atrás dela, sem que esta se aperceba.
     Leonor chega a casa e pensa que ele podia estar só a mostrar preocupação por se ter esbarrado contra ela, e então começa a procurar e a perguntar a amigos se conhecem Afonso, ao qual todos respondem que não sabem nada sobre ele. Até em lojas, Leonor tentava descobrir entra as pessoas, alguém que conhecesse Afonso. Mais cedo do que ela pensava, um rapaz vai ter com ela e diz-lhe:
     -Afonso não vive cá à muito tempo, posso dizer-te que é novo aqui na zona. Pelo que já conheço dele é super educado, com boas intenções e muito meigo. É respeitador pelas raparigas pois a mãe dele sofreu com o Pai dele, não digo que ele seja contra os rapazes, mas é protector das raparigas.
     - A sério? Tens a certeza do que estás a dizer?- pergunta ela super aflita.
     - Confia em mim, não iria estar a mentir a alguém que acabo de conhecer, e tão pouco mentir sobre alguém novo cá, iria estar a estragar-lhe a imagem que as pessoas ainda não têm dele, não achas?
     - Sim sim, desculpa. Eu é que me precipito a dizer estas coisas... quer dizer, acho que me precipito em tudo, sinceramente.
     Afonso diz-lhe:
     - Eu não vou "chatear-te" mais, estarei cá para o que precisares de saber, e alguma coisa em que possa ajudar. Podes encontrar-me por cá todos os dias, volta se precisares de alguma coisa, confia em mim.
     Passa-se assim o Verão e Leonor vai voltando à loja de Roupa de Desporto, onde João, o rapaz das informações, lhe vai contando mais coisas acerca de Afonso.
     O período lectivo está prestes a começar e Leonor não sabe se Afonso irá para a Escola para onde ela vai, então, nada como arriscar e pôr-se a caminho em direcção a João, para saber mais algumas informações sobre Afonso.
     Já a meia hora de estarem juntos...
     Leonor pergunta-lhe:
     - Sabes? Eu acho que estou a "abusar de ti", no sentido de que, podes interpretar-me mal e pensar que venho ter contigo só para ter informações de Afonso, para o conhecer minimamente sem que ele saiba. Percebes?
     João, já a rir-se, responde:
     -Achas que sim Leonor? Acho que do nada começamos a construir uma relação de amizade, nada pressionado, nada programa, é porque é. E mesmo à base de informações acerca dele, acabamos por partilhar histórias e acabamos também por nos rir do assunto, graças aos "bichos que tens na cabeça" e das inseguranças a que estás presa. Acho que tu és mais do que o que dás.
     Leonor não tem mais nada, e rindo-se abraça-se a ele e diz:
      - Obrigada João, tens-me ajudado imenso, em vários sentidos. Vá agora tenho que ir embora, até amanhã.
      -Até amanhã Leonor, espero ver-te sempre assim.- diz João a sorrir.