sábado, 16 de julho de 2011

'longe mas UNIDAS ?'


Uma grande amizade não começa nem acaba de um dia para o outro. Algo se vai passando e nós vamos gravando tudo, algo se vai se desenrolando e nós deixamos que desenrole, algo começa a ganhar força e estabilidade e nós erguemo-las, algo pode estar prestes a cair, e nós seguramos! Nós somos capazes de tudo, somos capazes de conhecer, de hesitar, de compreender, de lutar, de vencer, de querer, de conseguir, de imaginar, de fazer, de pensar, de erguer, de cair, de levantar, de segurar, de não aguentar, de ler, de escrever, de ouvir, de cantar, de berrar, de tudo (…) mas seremos sempre capazes de aconselhar, de ouvir, de apoiar. Eu posso ter orgulho em tudo o que consegui, contigo, perante ti, consegui dar-te força, consegui recebê-la, consegui sorrir e fazer-te sorrir, consegui erguer os teus objectivos, ajudar-te a traçar as tuas limitações, eu estive lá, e chorei na tua partida, não te queria largar a mão , mas sabia que por mais longe que tivesses, estarias sempre comigo, bem perto de mim, num lugar bem dentro ! Eu tinha um apoio incondicional a uns 3600 km de mim, mas eu sentia tudo tão perto como se tivesse a meu lado. Eu senti isso durante dias, durante meses, durante 1 ano e qualquer coisa. Mas, a partir desse ‘ 1 ano e qualquer coisa’, algo se quebrou, deixamos de nos falar frequentemente, de desabafar, de sorrir uma para a outra, de nos apoiar mutuamente, as coisas mudaram e nós não conseguimos dar a volta por cima, não conseguimos ver essa mudança e continuamos sempre em frente. Passou-se um ano disso e eu digo-te que isto está mesmo mudado, já nada é lembrado, já nada é falado, já nada é desabafado! Senti muitas vezes necessidade de te falar, de te ouvir, de sentir-te perto, sentir-te comigo mesmo tão longe, tentei, tentei várias vezes, de várias formas, e tu o que fizeste foi ignorar, foi desprezar, agora levo isso muito a sério. Foi como ter levado um estalo, foi um bater de portas, foi um fechar o pano, foi encerrar a peça, a música acabar, a encenação ficar a meio, e os aplausos não existirem. Só não queria desistir, não queria deixar o pano cair, a música gelar, nem os aplausos acabar, porque eu ainda quero reavivar isto tudo, ter-te de novo ao meu lado, criar uma nova peça, com novos objectivos, com novos traços, novas limitações, eu quero criar, recriar, viver, reviver, tentar e CONSEGUIR ! Eu ainda acredito num nós, mesmo tendo receio do sempre, acredito em ti, acredito no que fomos, no que já conseguimos ser, no que atingimos, do que tentamos, do que esperamos, do que chorámos.
O que vivemos é mera lembrança, o que está para vir não passa de um sonho.

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